terça-feira, 16 de novembro de 2010

Onde você estava?

Onde você estava quando me abriram a cabeça para implantar eletrodos? Onde você estava quando me cortaram o ventre para ver pulsar o sangue? Onde você estava quando me trancafiaram em uma gaiola, arrancaram de minha mãe, me causaram dor, me quebraram o espiríto? Onde vocé estava? Onde você está?
Onde você está quando rasgam o couro de animais vivos para alguém vestir? Onde você está quando arrancam as asas e a liberdade de um ser inocente? Onde você está quando apertam as genitais de quem só quer ficar tranquilo num campo? Onde você está quando dão choques para subjulgar quem foi arrancado de seu habitat natural? Onde você está quando confinam, torturam, mutilam, esfolam, matam? Onde, onde? Chorando, dormindo mal, fechando os olhos para vídeos de denúncia? Dizendo que ama os animais e que morre de dó? Parabéns, ajudou muito a empresa de travesseiros e a de Prozac. Agora é hora de ajudar de verdade quem realmente precisa. Onde você vai estar, quando receber um novo chamado para protestar, para erguer a voz? Fechando os olhos para algum vídeo sanguinolento do momento? Pois bem, sanguinolenta é nossa vida. Não temos família, não estamos na mídia, não temos um apelo emocional e sensacionalista. Só queremos viver. Onde você estará quando precisarmos de ti? Onde?

Daquele que humildemente lhes fala
pelos irmãos que não podem fazê-lo

sábado, 6 de novembro de 2010

Manifeste-se contra a vivissecção! 11.11, às 11h, na UFSC

Caras pessoas com o poder de mudar a realidade,

Venho pedir-lhes sua voz.

Na próxima quinta-feira, dia 11/11, um grupo de voluntários vestidos de preto, em luto por meus colegas, estará colhetando assinaturas e conversando com estudantes na Universidade Federal de SC sobre os animais que morrem entre aquelas paredes. O que peço é simples: doe apenas uma hora das 168 que você terá nessa próxima semana para falar por nós, os trancafiados em biotérios.

Por favor, por favor, erga a voz!

Quinta-feira (11/11) às 11h em frente à reitoria da UFSC
Vir de preto, afinal, dezenas de animais estarão morrendo da pior maneira possível ...bem ali ao lado

Daquele que humildemente lhes fala
pelos irmãos que não podem fazê-lo,
Alfredo

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Na gaiola de um biotério

Cuidado! O que você vai ler é uma história real!

5 de novembro de 2010.
Nasci em um mundo que não compreendo... lotado de pessoas que não compreendo. Entre quatro paredes de concreto cinzento, abri os olhos. Estava escuro. Uma mão forte me pegou pelas costas. Os gritos de minha mãe eram altos, desesperados, mas as mão que me seguravam pareciam não entender nosso idioma. Ou éramos simplesmente ignorados. Fui prensado contra uma mesa de metal, uma luz pálida ofuscava minha visão de bebê. Injetaram-me algo na veia, senti as forças deixarem meu corpo. Acordei tremendo, uma dor insuportável atravessando minha espinha, minha cabeça. Tentei esquivar-me, mas meus músculos não obedeciam, a língua pendia para o canto da boca. Tentava a todo custo dobrar as mãos, mexer as pernas e correr dali... mas nada obedecia. Meu corpo jogado, caído mole, em cima da mesma mesa de metal. Colocavam algo na minha cabeça. Resmungavam qualquer coisa, eu entendia as palavras, mas não o significado. Era apenas um bebê. O pavor e o desespero fizeram todo meu sangue correr rápido pelo corpo, eu tremia, tremia involuntáriamente tentando contrair os músculos. A vista escureu aos poucos, a luz pálida embaçou-se até apagar por completo. Acordei trancado em uma solitária com paredes de acrílico transparente. Custei a entender que o que eu ouvia eram gritos. Urros de dor, de medo. E então o silêncio...
Algo pesava na minha cabeça, causava uma dor bem funda no crânio, a sensação, o ardor, sentimentos tão agonizantes que não achei serem posssíveis de existir. Eu era apenas um bebê. Queria minha mãe, seu colo acolhedor, fechar os olhos e fugir desse pesadelo. Não, não era pesadelo. Era real. A dor bateu forte, na base do crânio. A imagem de minha mãe foi arrancada de minha mente. Uma de minhas pernas começou a tremer, tremia em círculos, senti-a queimar, cansar, tentei pará-la, tentei até a respiração ficar difícil. Outra pontada de dor.

5 de novembro de 2010. Eu sou um dos bilhões de ratos que nasceu no lugar errado. Não, não é pesadelo. É real. Estou trancado em um laboratório de não sei o que, não sei onde e muito menos por quê. A luz pálida mostra silhuetas medonhas se aproximando. Vejo o brilho do metal, o bisturi que vai cortar alguma parte de meu corpo fora, a agulha que vai mergulhar fundo nos meus ossos. Fecho os olhos, o movimento dói. Tento fazer a mente correr dali. Tento morrer. Uma pontada na base do crânio. Não, ainda não, meu suplício está longe do fim.

5 de novembro de 2010.
E enquanto você senta confortavelmente num colchão, num sofá, eu tenho metais e fios elétricos enfiados no cérebro.
Enquanto você dorme, eu tento fechar os olhos sem desmaiar com a dor.
Por quê? Por quê eu e não tu? O que temos de tão diferente? Maldito corpo, por quê nasci um maldito rato? Por que ninguém está se importando? Por que ninguém faz nada?

Eu queria viver. Hoje sei que não posso mais.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

2 de novembro de 2010: A Estréia


Um dia depois do Dia Mundial Vegano, três dias antes do aniversário de morte de Barry Horne. Hoje é para os pagãos o Beltane ou Samhain, hoje aconteceu a primeira corrida de atomóveis da América, o estado da Dakota virou "do Norte" e "do Sul", Haile Selassie virou 111° imperador da Etiópia, Costa Rica e Libéria de tornaram membros da ONU, um worm foi propagado pela primeira vez na internet. Hoje, nasceram Cleópatra e Maria Antonieta; morreram George Bernard Shaw e pessoas que não tiveram a sorte (ou infortúnio) de aparecer na Wikipédia. Um dia aparentemente ridículo para se estreiar um blog sobre direitos animais... Aparentemente...

2 de Novembro: para o México, o Brasil e mais algum país que também não estava na Wikipédia... é o Dia dos Mortos.
Dos Mortos. Ridículo agora? Nem um pouco.

Hoje é dia daqueles que jazem destroçados na barriga de milhões, bilhões de pessoas.
Hoje é dia daqueles cujos corpos marcados por tortura foram incinerados nos porões da ciência. Hoje é dia daqueles que morreram solitários em jaulas de zoológico. Hoje é dia daqueles que agonizaram por horas para algum riquinho vestir sua pele. Hoje é dia daqueles que cairam famintos e desidratados após anos de trabalho forçado. Hoje é dia daqueles que morreram esfaqueados em arenas espanholas. Hoje, mais do que qualquer outra data, é o dia deles. E, até a meia-noite, mais 160.000.000 (160 milhões*) de animais se juntarão a essa lista apenas pela indústria da carne. Imagine incluindo testes, peles, "entretenimento", "estimação", rituais.
Tente
imaginar...

6 bilhões de humanos são a causa.

6 bilhões podem ser a mudança. Alguns milhares realmente são.


Veja.. Ouça... MUDE!

Bem vindo ao meu blog.

Daquele que humildemente lhes fala
pelos irmãos que não podem fazê-lo,

Alfredo



*Fonte das estatísticas: World Farm Animals Day