segunda-feira, 30 de maio de 2011

A volta do Navio Negreiro

Na terça-feira 24 de maio de 2011, firmou-se, assinada e no papel, a volta dos navios negreiros aos mares do Brasil. Em vez do tradicional África - Brasil, os novos navios farão o trajeto Brasil - Turquia. O primeiro a zarpar sairá de Santa Catarina em julho, levando a bordo 4 mil escravos bovinos.

Esses animais, de até um ano de idade, atravessarão o Atlântico imobilizados em um porão. Chegando à Turquia, passarão por meses de engorda no sistema intensivo (o animal fica confinado) e caminharão pelo corredor da morte.

O acordo de exportação foi firmado entre a União de Importadores e Exportadores de Carnes e Derivados da Itália (Uniceb) e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). E, como disse o secretário de Estado da Agricultura, João Rodrigues, "até o próximo ano, pretende-se exportar 20 mil bovinos". - Link para matéria do SC 24H

Navio negreiro (também conhecido como "navio tumbeiro") é o nome dado aos navios de carga para o transporte de escravos (...). O navio possuía pouca higiene, os escravos habitavam o porão destes, presos a correntes. Era tão grande que levava em média quatrocentos africanos amontoados, mal alimentados e em péssimas condições de higiene. O cheiro era quase insuportável, o espaço era mínimo, embora o navio fosse muito grande, pois eram muitos escravos num mesmo navio. Os "donos" dos escravos pouco se importavam com isso. - Wikipédia


Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar
Tinir de ferros... estalar de açoite...
...
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! arranca esse pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta dos teus mares!

- O Navio Negreiro, Castro Alves


Daquele que humildemente lhes fala
pelos irmãos que não podem fazê-lo,
Alfredo


sábado, 14 de maio de 2011

A batalha digital contra o comércio de peles no Brasil

Sabendo de toda a crueldade que envolve o processo de fabricação de peles verdadeiras, o consumidor brasileiro não ficou calado. Protestos a nível nacional estão fazendo as empresas recuarem no uso de peles... e essa onda gigantesca de manifestações comoçou com frases de apenas 140 caracteres.

Após ficar mais de 48h no Top Trends do Twitter –a lista de temas mais comentados no momento-, a Arezzo firmou o compromisso de não usar peles em coleções futuras e retirar todos os produtos com pele de suas lojas. Bingo! O ativista brasileiro acabara de descobrir uma nova ferramenta.

O VegTemas surgiu para organizar essa ferramenta, pelo Orkut e Facebook são combinados dias e horários específicos para Twittar uma tag específica, com objetivo de subir aos Trends e dar visibilidade ao movimento.

O primeiro Twittaço aconteceu no dia 27 de abril, e a tag escolhida foi #colcci. Em apenas quatro horas de protesto digital, antes mesmo de chegar aos TTs, a Colcci postou uma nota em sua página oficial do Facebook alegando que não utilizaria mais peles em suas coleções, e que o único produto com pele verdadeira, uma bolsa, seria retirada de circulação.

Depois de uma vitória como essa, os ativistas se animaram ainda mais!

A próxima empresa ecolhida foi Le Lis Blanc. Depois de 4hrs nos Trends, com 12.900 Twitts do Brasil todo, a tag #LeLisBlood passou uma mensagem forte à empresa: Nós não queremos peles. A Le Lis, que já vinha apagando comentários no Facebook, não se manifestou... ainda.

Hoje, chegou a vez da M. Officer. O presidente da empresa, Carlos Miele, disse em uma palestra que “Os animais devem ser consumidos até o osso”. A frase virou quase um slogan da empresa nas comunidades pelos animais do Facebook. Preocupados, os assessores de imprensa da M. Officer emitiram um comunicado dizendo que “respeitam” os animais e as peles são “sobra” da indústria da carne. Parece que eles precisam de um dicionário...


O Twittaço começou às 9h da manhã e promete continuar ao longo do dia.

Twitte a tag #M_Officer e grite para o comércio de peles que aqui ele não tem vez.

http://www.youtube.com/watch?v=u-28__TFnEY